A importância de lideranças femininas em Tech

No início do século XX, a união das mulheres pelos seus direitos na sociedade e no trabalho culminou na criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Mais de um século depois, muitas de suas reivindicações ainda permanecem à espera de respostas. 

A desigualdade ainda marca a carreira das mulheres, em especial, nas áreas relacionadas à tecnologia. Um estudo divulgado pela CNBC revela que uma em cada três mulheres entrevistadas relatou sofrer discriminação de gênero no ambiente de trabalho. Além disso, outra pesquisa revela que a desmotivação e a falta de estratégias para reter talentos femininos faz com que metade das trabalhadoras de tech abandonem suas carreiras em torno dos 35 anos de idade. 

No Brasil, ainda temos um extenso caminho a percorrer: apenas 20% das vagas nesse mercado são ocupadas por mulheres. Entretanto, a batalha enfrentada por elas contradiz a própria  demanda da indústria, já  que a sua presença na tecnologia é condição fundamental para o futuro desse mercado. 

Um levantamento realizado no Reino Unido, por exemplo, aponta que a economia nacional seria beneficiada em bilhões de libras anuais se o número de mulheres trabalhando em TI aumentasse, o que também iria promover outras mudanças urgentes nesse cenário, como inovação e melhoria na comunicação. 

Seguras de seu papel em transformar as realidades do trabalho e da sociedade, as mulheres novamente se unem para superar os desafios impostos às suas vidas e carreiras. Esse movimento tem gerado grande impacto e está sendo fortalecido pela crescente presença feminina na liderança em tech, condição essencial para que a voz e o potencial dessas profissionais sejam valorizados nos ambientes de trabalho. A Pipefy, por exemplo, conta com a vasta experiência de líderes que escalaram essa jornada. 

Bruna Griebeler, Engineering Director (Support e Dev Rel) vê um cenário cada vez mais animador para as mulheres quando considera seus vinte anos de carreira. Larissa Herbst, Product Design Manager, também acredita que houve grandes avanços quando relembra o seu início de carreira, em que ela própria não teve líderes mulheres. Por isso, hoje ela sente orgulho de colaborar para o crescimento de outras profissionais e de estar na companhia de mulheres inspiradoras. 

“Ser mulher nesta área foi, e ainda é, um grande exercício de resiliência.”

Bruna Griebeler

   A trajetória feminina na tecnologia tem revelado grandes talentos e a inovação que o setor tanto busca. Para Isabelle Salemme, Developer Relations Coordinator, sua afinidade com tech vem do fato de esta ser uma área sempre em movimento, que demanda atualização constante. Segundo ela, o ambiente ágil e dinâmico da Pipefy a acolheu e se alinhou com as suas aspirações profissionais. Esse clima de pertencimento também é apontado por Nicole Chiroli, Associate Product Manager, como um ponto positivo de sua jornada profissional em tecnologia, o que, segundo ela, foi possível por meio da rede de apoio e lideranças femininas que a tem incentivado ao longo de sua carreira.

“Dentro da Pipefy no contexto em que eu estou inserida, eu vivencio um ambiente muito seguro para ser eu mesma. Mas não foi sempre assim. E não é assim para muitas mulheres.” Isabelle Salemme

Embora o cenário tech seja cada vez mais promissor para as mulheres, a falta de equidade é sistêmica e resulta do longo período em que elas não eram incluídas nessa área. Os vieses de gênero persistem em atitudes e falas misóginas que, embora muitas vezes passem despercebidas, subestimam e desvalorizam a perspectiva das profissionais.

Isabelle rememora, por exemplo, uma reunião em que o parecer que ela expôs aos colegas, embora muito bem embasado por dados, foi visto como exagerado ao invés de objetivo. Ao refletir sobre esse momento, Isabelle manteve a sua convicção e reafirmou a importância de continuar defendendo seus posicionamentos.  Nicole também relata ter vivido situações de mansplaining, quando homens pressupõem que precisam explicar algo às mulheres de forma simplista. Ela prefere sempre se posicionar nesses casos, mostrando a inadequação dos comentários ou comportamentos misóginos. Nesse sentido, Nicole considera fundamental a liberdade que encontra na Pipefy para se expressar abertamente sobre tais experiências.

“Eu sempre respirei tecnologia. E sempre me vi na situação de ser a única mulher (ou uma das poucas) nos lugares desse meio.” Larissa Herbst 

Diante desse panorama complexo, o que nos reserva o futuro da tecnologia, que precisa tanto das mulheres para se expandir de forma sustentável e inteligente? E quais obstáculos devem ser transpostos para que isso se realize? 

Para além do aumento de contratações de mulheres pelas empresas de tech, é preciso cuidar para que as interrupções e as desconfianças não se sobreponham às vozes das profissionais. A retenção dessa força de trabalho depende muito da criação de espaços seguros para que a contribuição feminina possa realmente beneficiar os negócios e impactar a sociedade. Afinal, como bem observa Larissa, ainda é comum que as mulheres tenham de viver o desgaste de se blindar com inúmeros argumentos para defender qualquer ideia que precisem apresentar em público. Bruna também segue firme, refutando argumentos vazios com palavras e ações consistentes, que, segundo ela, são a melhor forma de dissolver erros. 

Outro obstáculo urgente a ser superado rumo à equidade de gênero em tecnologia é diminuir as disparidades salariais entre mulheres e homens. Embora as mulheres estejam ingressando cada vez mais na carreira tecnológica, o reconhecimento salarial caminha lentamente e não acompanha esse crescimento. Como se não bastassem os salários mais baixos, Bruna pondera que as mulheres ainda precisam se provar mais no ambiente de trabalho.

Há ainda um longo caminho em direção à equidade de gênero, mas que não pode ser trilhado sozinho. Iniciativas como o Women ERG da Pipefy são referência para a criação de espaços seguros de diálogo nas empresas, onde se dissemine o conhecimento necessário para que todas as pessoas se responsabilizem e se eduquem sobre o tema. 

“É necessário vermos mulheres em posições que nos inspiram e que nos representem. Se não nos vemos nessas posições, como poderemos saber que podemos ocupar estes espaços também?”  Nicole Chirolli

Hoje, Larissa comemora estar na companhia de mulheres inspiradoras, ao contrário do início de sua carreira, quando ela enfrentava o desconforto de sempre ser a única mulher no ambiente tech. Bruna acredita ser essencial buscar empresas que priorizem a equidade e estejam alinhadas com os valores que prezamos. Cientes da dimensão transformadora de sua luta, as mulheres ressignificam a sua história e se organizam coletivamente para conquistar um futuro promissor, inovador e mais igualitário, que faça jus aos seus potenciais e talentos. 

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